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Mudanças na microbiota podem ser sinal de fadiga crônica, dizem estudos

A síndrome da fadiga crônica (encefalomielite miálgica) é uma condição crônica e debilitante, já que é caracterizada por uma fadiga extrema após algum esforço que, mesmo com repouso, não é aliviada. Dor, distúrbios do sono, dificuldades desconhecidas e problemas gastrointestinais também são alguns sintomas enfrentados pelos pacientes acometidos pela síndrome. Aliás, dois novos estudos, publicados no periódico científico Cell Host & Microbe em fevereiro deste ano, sugerem que a microbiota intestinal pode ser um potencial contribuinte para o problema.

De acordo com os pesquisadores, há diferenças significativas nos microbiomas intestinais de pessoas com a síndrome da fadiga crônica (o que pode servir como biomarcadores para a condição).

Segunda as pesquisas, as diferenças ocorrem tanto na diversidade da microbiota, como na quantidade, vias metabólicas e interações entre as bactérias intestinais. Os indivíduos diagnosticados com a síndrome apresentaram níveis anormalmente baixos de diversas espécies bacterianas em comparação com indivíduos saudáveis, inclusive das bactérias Faecalibacterium prausnitzii (F. prausnitzii) e Eubacterium rectale, que promovem nossa saúde produzindo um composto chamado butirato, um ácido graxo de cadeia curta que serve como principal fonte de energia para as células que revestem o intestino e, assim, desempenha um importante papel na manutenção da saúde intestinal, dando suporte ao sistema imunológico e protegendo contra doenças no trato digestivo.

Além disso, os resultados mostraram que as pessoas acometidas pela síndrome também apresentaram redução nas espécies associadas ao metabolismo do triptofano e aumento nos níveis de nove espécies de bactérias, como Enterocloster boteae e Ruminococcus gnavus, que estão associadas à doenças autoimunes e doenças inflamatórias intestinais, respectivamente.

Ainda são necessários mais estudos para descobrir se essas diferenças são uma consequência ou causa dos sintomas, mas fica ainda mais clara a importância de uma microbiota saudável!

Ref.: DOI:10.1016/j.chom.2023.01.004
10.1016/j.chom.2023.01.001