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Glutamina: Saiba o que é e quais seus benefícios

O que é Glutamina

Afinal, o que é a glutamina que embala o “bordão” “água, limão, glutamina e Gratidão”? Trata-se de um componente nutricional que integra o grupo dos aminoácidos não-essenciais. Mas, o que quer dizer isso? Em princípio, vamos esclarecer brevemente a função dos aminoácidos. São nutrientes que se combinam para formar proteínas e são responsáveis por auxiliar nosso organismo a realizar funções vitais como se desenvolver, reparar tecidos e melhorar a saúde cardiovascular, função neurológica e intestinal, entre outros.

Podem ser enquadrados em essenciais e não-essenciais. Os essenciais são aqueles que não produzimos em nosso organismo, mas podemos extrair de alimentos (como triptofano e leucina). Já os não-essenciais, são sintetizados por nosso organismo, ou seja, conseguimos a partir do consumo de outros aminoácidos sem que provenha da alimentação. Existem 11, a glutamina é um deles.

A glutamina pode ser benéfica para a saúde intestinal e, quando necessário, também contribuir para praticantes de atividades físicas. Entretanto, é comum ainda que pessoas remetam a glutamina a aspectos como por exemplo ganho de músculos (como bodybuilders). Muitos profissionais condenam a necessidade de glutamina no processo de construção muscular, porque o nutriente necessário já se encontra presente no whey protein. (no caso de atletas de alta performance, deve se atentar as recomendações do COI). Prestem atenção que nesse contexto, realmente, pode não ser preciso a glutamina, e, quanto a isso, estou totalmente de acordo.

Mas, agora para aqueles indivíduos em outro contexto, que não fazem uso de whey diário (por ex.) e estão distantes de ter como objetivo ganho de músculo, a circunstância é outra. Compreendam que a glutamina está muito além disso, de qualquer necessidade de proteína, aminoácidos ou construção de músculos.
Pode ser bem indicada em caso de se fazer necessária a reposição para recuperação da mucosa intestinal. Sobretudo, em casos de gastrite, esofagite, de síndromes absortivas, como leaky gut, síndrome intestino irritável, chron, e tantas outras.

Devemos ter bem claro que sua aplicabilidade deve ser direcionada em conformidade com o contexto orgânico de cada indivíduo (que leva em conta hábitos como alimentação, condição intestinal, atividades físicas praticadas ou determinada circunstância clínica que possa demandar o amino). Fato é que os aminoácidos desempenham papeis importantes em múltiplas frentes. Regulam a expressão gênica, as vias metabólicas, contribuem com o desenvolvimento humano e, também, podem fortalecer a imunidade. Além disso, estudos apontam os aminoácidos não-essenciais, como a glutamina, como principal combustível metabólico para o intestino delgado. Achados científicos tem demonstrado que a glutamina na dieta pode atuar em prol da integridade da mucosa intestinal. Ou seja, no intestino, age em prol do crescimento celular e auxiliar na absorção e transporte de nutrientes, bem como no aumento da permeabilidade intestinal.

Tem a função de nutrir os enterócitos (células do intestino), garantindo que a mucosa do trato gastrintestinal fique fortalecida e assim evite a entrada de bactérias e macromoleculas para a corrente sanguínea.  Uma mucosa gastrintestinal íntegra contribui com a absorção e aproveitamento de nutrientes. A glutamina ainda é precursora de glutationa, um antioxidante que pode proteger o organismo contra a produção de radicais livres.

Dai você me pergunta: “Dr. Posso tomar glutamina?” Vamos entender alguns pontos essenciais antes de responder com uma assertiva (Sim/Não). Primeiro, suplementação é complemento alimentar quando necessário e de acordo com a individualidade. A regra é comida de verdade como fonte de saúde.
A glutamina é um amino considerado seguro e seus benefícios são bem descritos nesse contexto que apresentamos. Idealmente e sempre se deve reconhecer qual o seu contexto individual. Portanto, o mais importante é conversar com seu nutricionista (de preferência funcional) e compreender seu organismo e especificidades.

Como observamos anteriormente, no intestino, a glutamina tem sido considerada um nutriente benéfico, que fornece combustível para o metabolismo, regulando a proliferação celular, reparando e mantendo as funções da barreira intestinal. Quanto mais fechado o intestino – menos bactérias vão permear – quanto mais bactérias permeiam aumenta o risco de irritação. O intestino inflamado pode levar a irritação e mau humor.

A saúde de nossa microbiota intestinal pode impactar no sistema nervoso central (SNC). Algumas bactérias de nossa flora intestinal (ou ausência delas), podem impactar em nossos neurotransmissores, como o GABA, que é o principal neurotransmissor inibidor do SNC e está significativamente envolvido na regulação de muitos processos fisiológicos e psicológicos. Alterações na expressão do receptor GABA central estão implicadas no aparecimento de ansiedade e depressão, que podem estar correlacionadas com distúrbios intestinais funcionais. Um intestino com uma barreira protetiva forte, ajudará com GABA e contribuirá com a melhora do humor também.

São 4 os pilares para uma vida saudável: alimentação e intestino saudável, sono, prática de exercícios e, equilíbrio corpo, mente e espírito! Um está intimamente ligado ao outro, sendo vital sua integração.

Se vocês me acompanham, sabem que já falamos sobre o poder de nossas emoções sobre a água (elemento vital), do limão e, agora, da glutamina. Vocês compreendem que a expressão água, limão, glutamina e gratidão vai muito além de palavras? A junção desses elementos pode prover um impacto positivo no que cabe ao equilíbrio corpo, mente e espírito! ????????????????
Informações complementares:
* Pacientes oncológicos devem consultar o seu oncologista e nutri
* 5 g ou colher de chá é a quantidade sem restrições ao uso (mais que isso apenas com indicação médica)
* características de uma boa Glutamina: ser proveniente de fermentação de “legumes ” na qual proporciona um produto completamente vegetariano, 100% puro com 0 impurezas e aditivos
* O ideal é tomá-la em jejum (pode ser no da manhã, com água e limão, ou à noite junto com lactobacilos e probióticos).
* Sobre a água com limão, ela é a “base “, e você pode acrescentar várias opções a esse shot antioxidante matinal – própolis, cúrcuma, alho, óleos essenciais e a glutamina é uma delas


Referências:
Colaboração Núcleo de Nutrição Instituto Dr. Barakat de Medicina Integrativa

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