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Desequilíbrio da microbita intestinal pode levar a doença de parkinson

Quando falo que cuidar da saúde do nosso intestino é cuidar do nosso humor, produtividade, longevidade, e qualidade de vida, muita gente acha que estou exagerando. Pois saibam que existem evidências de que a microbiota intestinal pode influenciar, inclusive, no desenvolvimento de distúrbios neurodegenerativos, como o Parkinson e o Alzheimer.
E hoje, no Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson, quero falar sobre dois estudos brasileiros recentes que comprovam essa ligação entre a disbiose e o surgimento da doença. Segundo as pesquisas, é consistente a existência da disbiose em portadores de Parkinson esporádico (sem fator genético envolvido) com uma alta quantidade da bactéria Akkermansia muciniphila em amostras fecais desses pacientes.
O diagnóstico do Parkinson costuma ocorrer muito tardiamente e o que esses estudos têm demonstrado é que o distúrbio pode se originar muito mais cedo no sistema nervoso entérico (que controla a motilidade gastrointestinal), antes de avançar para o cérebro.
Outra descoberta é que células específicas do intestino possuem propriedades semelhantes às dos neurônios, incluindo uma proteína (αSyn) que é sabidamente relacionada com o Parkinson e outras doenças neurodegenerativas. E justamente essas células acabam por se conectar por sinapse ao sistema nervoso entérico, o que as conecta com o cérebro.
A descoberta é muito importante, e se junta à série de evidências de que a disbiose leva ao aumento de espécies de bactérias patogênicas, o que eleva a concentração da αSyn nos intestinos, e que essa proteína, migrando para o sistema nervoso central, configura um possível mecanismo de surgimento do Parkinson.
Em resumo, Constelação, a má alimentação não só não faz mal hoje como torna nosso futuro muito mais complicado, para dizer o mínimo. O bom é que isso pode ser controlado já por meio da ressignificação alimentar!
Ref:
DOI:10.1016/j.isci.2022.103908
DOI:10.1038/s41598-022-08076-5