Tireoidite de Hashimoto e intestino

Vivemos tempos em que sintomas como cansaço extremo, ganho de peso, queda de cabelo, ansiedade e confusão mental são tratados com uma simples prescrição de hormônio sintético. “É hipotireoidismo. Tome levotiroxina e siga a vida.” Mas… e se o problema não estivesse exatamente na tireoide?

A tireoidite de Hashimoto é uma doença autoimune, em que o próprio sistema imunológico passa a atacar a tireoide. O que poucos percebem é que, na maioria das vezes, a tireoide é apenas a vítima — não a culpada. O verdadeiro desequilíbrio pode estar em outro lugar: no intestino (aumento da permeabilidade intestinal e o chamado “leaky gut”. Quem quiser saber mais, tem um vídeo nos Destaques onde explico direitinho o Hashimoto), no fígado, na nutrição, no estresse ou em toxinas que o corpo não consegue mais gerenciar.

E mais: quando falamos da produção de hormônios, a tireoide libera principalmente T4, um hormônio inativo que precisa ser convertido em T3 — a forma ativa. Essa conversão não acontece dentro da própria glândula, mas em órgãos como o fígado, rins, cérebro e músculos, através de um processo chamado desiodação. Para isso funcionar bem, o corpo precisa de selênio, zinco, ferro, vitamina A, manganês, glutationa, FAD, NAD e uma boa função hepatorrenal.

Se esses elementos estão em falta, se há inflamação ou estresse crônico, essa conversão pode falhar. Aí, o T3 despenca. E o que acontece? Culpa-se a tireoide — e assim começa uma dependência medicamentosa que nem sempre resolve o problema.

A medicina integrativa olha além dos exames hormonais de rotina. Investiga a raiz do desequilíbrio: permeabilidade intestinal, infecções ocultas, carências nutricionais, disfunções mitocondriais e muito mais.

Hashimoto não é o fim. É o começo de uma jornada para reconectar você com a inteligência do seu corpo. É possível modular a resposta autoimune, desinflamar o corpo e restaurar o metabolismo — sem destruir a capacidade da tireoide de funcionar naturalmente!