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Álcool: o que há por trás de cada copo?

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24 (2)Como o álcool age no organismo?

Assim que a pessoa bebe um gole álcool, suas moléculas etílicas já começam a entrar na corrente sanguínea pela mucosa da boca. Por meio do esôfago, a bebida chega ao estômago. O álcool tem rápida absorção pelo estômago e duodeno e, em questão de segundos, vai para a circulação sanguínea. Assim as moléculas passam a ser transportadas para todos os tecidos do corpo, principalmente aqueles que têm células com alta concentração de água, como cérebro, fígado, coração e rins.

Quando chega ao cérebro, os neurônios são estimulados para liberarem mais serotonina, responsável por regular o prazer, humor e ansiedade – por isso que quando a pessoa bebe, ela fica mais desinibida e eufórica.

E é aí que mora a questão, pois quanto mais rápido a pessoa obter essa sensação, mais chances de se viciar ela terá. Mas, para quem acha que os malefícios duram somente na bebedeira e no dia seguinte, tão famoso e conhecido como “ressaca”, e que o álcool induz ao sono, se enganam.

Pode até induzir nos primeiros minutos, mas o sono fica agitado e sem qualidade, não conduzindo para o sono reparador – quando chega na fase REM, por isso que sempre acordam quebrados no dia seguinte.

Será mesmo a solução?

O álcool, embora seja comercializado livremente no Brasil para pessoas acima de 18 anos de idade (ao menos é o que preconiza a lei), representa riscos à saúde. A bebida alcoólica pode causar dependência tanto quanto drogas como cocaína, maconha, crack, entre tantas outras substâncias.

Muitos fatores podem desencadear o consumo excessivo do álcool, tal como depressão e ansiedade, sendo que a prática pode causar diversas doenças como câncer, doenças cardíacas e problemas no fígado que possui uma capacidade limitada e dependendo da quantidade não consegue absorver e destruir completamente a substância.

É possível beber com moderação, o problema é que muitas pessoas não reconhecem que estão fazendo um consumo abusivo do álcool e assim causando danos nocivos à saúde. Muitas pessoas usam o álcool como uma válvula de escape e até acreditam que ele ajuda no convívio social, muito comum em pessoas tímidas, pois nas fases iniciais do consumo produz no usuário um grau de desinibição e relaxamento que aumentam a coragem, entre outras coisas.O consumo de álcool está diretamente ligado ao NAc (Núcleo accumbens) que é uma parte do cérebro ligado à recompensa e que gera prazer e um comportamento de impulsividade. A verdade é que conforme o grau de concentração no sangue dessas substâncias podem gerar muitos problemas para o organismo. O álcool age diretamente sobre o sistema nervoso central e prejudica a percepção do indivíduo que não percebe que está em um grau alterado. Os efeitos de intoxicação se devem ao nível de concentração da substância no sangue, pode se dizer que acima de 5,4 mmol/L (25mg/dL) está associado a um grau de intoxicação suave, entretanto, quando a concentração de álcool é acima de 21,7 mmol/L (100 mg/dL) já aumenta o grau de comprometimento do organismo, gerando confusão mental e até a possibilidade de ocorrer hipoglicemia que é  um distúrbio provocado pela baixa concentração de glicose no sangue.

A partir do momento em que a substância cai na corrente sanguínea, as moléculas de etanol são levadas diretamente para todos os tecidos com grande concentração de água, como coração, rins, fígado e o cérebro, esse processo pode levar de 15 a 60 minutos que pode variar de pessoa para pessoa de acordo com a velocidade e se a pessoa se alimentou antes ou não.  A partir do momento em que a substância chega ao fígado, as moléculas de etanol são metabolizadas e quebradas em partes menores para facilitar a eliminação. Os primeiros efeitos no cérebro ocorrem por conta da liberação de serotonina que gera aquela sensação de euforia e bem-estar deixando a pessoa desinibida e eufórica, porém conforme aumenta o consumo, outros neurotransmissores são afetados gerando a perda da consciência, da memória, da sensibilidade, da coordenação e também do autocontrole. O etanol age na hipófise, que produz um hormônio regulador da absorção de água pelos rins, com menos líquido absorvido, mais urina é eliminada. E conforme a urina é eliminada, acaba gerando um efeito colateral no coração, pois é pela urina que são eliminados minerais como magnésio e potássio que ajudam a controlar o batimento cardíaco. É por esse motivo que depois de beber muito os batimentos cardíacos podem ficar alterados.   O estômago também é outro órgão diretamente afetado, pois o etanol da bebida irrita a mucosa e aumenta a produção de ácido gástrico, por isso a sensação de enjoo e mal estar, o vômito é uma forma de autodefesa do organismo. Depois de tantos efeitos desagradáveis para o corpo é preciso reavaliar se vale a pena continuar ingerindo essa substância tão nociva ou se é melhor repensar e começar a ter hábitos mais saudáveis, substituindo-a por bebidas tão saborosas quanto, mas sem teor alcóolico e, consequentemente, garantir o bem estar do organismo e das pessoas a seu redor. Amanhã vou falar dos malefícios do álcool em alguns órgãos, acompanhem!

Efeitos do álcool

Em longo prazo, o álcool pode gerar muitos efeitos físicos negativos. Além da cirrose hepática (morte das células e endurecimento do tecido do fígado), que todos ou a maioria já devem saber, ele também reduz a massa cefálica total, onde várias células cerebrais morrem e acontece também a deficiência nas fibras que transportam informações entre tais células. Pode ocorrer também a Síndrome de Wernicke-Korsakoff e anemia, causada pela deficiência de tiamina (uma vitamina do complexo B) e ferro, justamente porque o álcool interfere na forma como o corpo absorve as vitaminas do complexo B e o ferro. Com a síndrome estabelecida, a pessoa apresenta confusão mental, falta de concentração, memória e aprendizado. Há também problemas no trato digestivo, que irrita e degenera as partes internas desses órgãos, podendo causas úlceras estomacais e intestinais, pancreatite aguda, estomatite, entre outras. O coração também pode ficar comprometido, já que a pressão sanguínea aumenta à medida que ele compensa sua redução inicial causada pelo álcool. A infertilidade também pode ser um dos problemas causados por essa substância, pois a secreção hormonal sexual do hipotálamo/pituitária é reduzida e, assim, diminui a produção do esperma.

Além de todos esses problemas físicos gerados pelo álcool, há também os problemas emocionais e sociais, pois como ele afeta os centros emocionais no sistema límbico, os alcoólatras se tornam ansiosos, depressivos, podendo até virarem suicidas. Além de problemas com a família, amigos, vida profissional, incluindo violência doméstica e fraco desempenho e faltas excessivas no trabalho.

Homens x Mulheres

Existe a diferença do consumo do álcool nos homens e nas mulheres. A substância age de diferentes formas entre os gêneros, sendo muito mais prejudicial nas mulheres e até mais fácil a dependência. Veja, não é uma questão de machismo e sim um fato que foi comprovado cientifica e biologicamente. Por elas possuírem menor quantidade de gordura e de água no organismo (o que faz com que o álcool fique mais concentrado, pois ele precisa de água para se diluir) e menores níveis das enzimas responsáveis pelo metabolismo dessa substância, acabam ficando mais vulneráveis aos efeitos da bebida no organismo.  O consumo durante a gestação pode ser muito mais prejudicial, tanto para a mãe como ao bebê, pois pode causar efeitos deletérios no feto, incluindo hiperatividade, déficits de atenção, aprendizado e memória.

Por possuírem mais massa corporal, o álcool demanda mais tempo para produzir os efeitos no corpo do homem. Mas, não se enganem. Isso só faz com que eles aumentem, cada vez mais, a quantidade ingerida, a fim de obterem o efeito desejado – como euforia e excitação. Porém, em longo prazo, podem causar diversas doenças, além de causarem danos à vida de terceiros como acidentes de carro e a violência doméstica. Entre alguns dos efeitos colaterais que podemos citar estão a cirrose hepática, epilepsia, envenenamento e diferentes tipos de câncer – entre eles, câncer colorretal, mama, laringe e fígado. Não estou aqui para julgar ninguém, muito menos impor regras. Meu objetivo é trazer conhecimento e reflexões.

Portanto, deixo outra reflexão: Qual futuro você quer ter e qual legado quer deixar para sua família?

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