Fumo: como cortar o cigarro de forma saudável
29 de agosto de 2016
Dieta cetogênica – entenda o que é
31 de agosto de 2016

Paleo: muito mais que uma dieta, um estilo de vida

Da definição à prevenção de doenças - entenda o universo da Paleolítica e saiba porque se trata de um estilo de vida, e não de uma dieta. Leia mais.

– da definição à prevenção de doenças – Entenda o universo da Paleolítica e porque ela pode transformar vidas – 

Para explicar melhor como funciona a Dieta Paleo, precisamos nos lembrar de nossas aulas de História. Nos tempos primitivos, a época conhecida como “Era Paleolítica” era cercada de hábitos extremamente rústicos, sem as facilidades tecnológicas a que estamos habituados hoje. A sobrevivência era calcada sobre caça, pesca e extrativismo rudimentar. Pode parecer um tanto “bárbaro”, porém era saudável! Ou seja, essa dieta é semelhante à do homem das cavernas, à base de carnes in natura, frutas, raízes e vegetais.

A maioria das doenças que assolam a humanidade hoje são oriundas de uma alimentação repleta de equívocos, em que os industrializados os são verdadeiros vilões. Especialmente os carboidratos refinados, que aumentam o risco da obesidade, diabetes e doenças cardíacas bem mais do que a gordura. O American Journal of Clinical Nutrition publicou uma combinação de estudos sobre consumo dos alimentos, com mais de 300 mil pessoas com risco cardiovascular, e não foi comprovada uma relação entre essas doenças e o consumo de gordura saturada, que é a que está presente nas carnes! Ou seja, ela não tem, na verdade, aquele papel de grande vilã da alimentação que se imaginava até alguns anos atrás…

Ela faz bem justamente porque adota o consumo de produtos orgânicos, exclui os industrializados e processados e os açúcares. A proposta é que se divida o prato entre 40% hortaliças, 30% de carnes, peixes e frutos do mar, 20% de frutas e tubérculos e 10% de oleaginosas. Na dieta Paleo recomenda-se também que as carnes sejam assadas em fornos em até 220 graus centígrados, no máximo.

Muito além de uma mera dieta, a Paleo é um estilo de vida a ser adotado. Não apenas por gerar perda de peso, mas por remeter a tudo que existe de mais saudável e equilibrado para o ser humano, e por eliminar os “venenos” da alimentação moderna ocidental, que são grandes causadores de doenças diversas. Mas é sempre importante salientar que a orientação de um profissional habilitado para acompanhar esse processo é fundamental, até porque cada organismo reage de uma maneira às mudanças de hábitos, e o médico ou nutricionista tem a capacidade técnica de fazer as adaptações necessárias aos cardápios individuais, de acordo com as particularidades de saúde de cada um.

Paleo e prevenção das doenças

Vamos aprofundar no que leva a dieta paleo a ser uma ferramenta no que cabe à prevenção de doenças crônicas e degenerativas, como câncer, diabetes, Alzheimer – entre outras.

Para isso, partiremos da compreensão de que a dieta ocidental ocasiona grande parte destas doenças modernas. Afinal, na era paleolítica, ou mesmo há anos atrás, o homem morria cedo, mas de causas como acidentes, traumas, ausência de saneamento – quando a sociedade cresceu, entre outros fatores.

Alcançamos a longevidade, mas a que preço? Envelhecer com dignidade, autonomia, independência tornou-se meta da humanidade, que hoje atinge uma média superior aos 75 anos de idade. Passamos a viver mais, mas com uma saúde, em certas circunstâncias, sustentada pela indústria farmacêutica.

Hoje vivenciamos uma luta da sociedade mundial em revisar hábitos de vida, condutas alimentares, para alcançar o que podemos chamar aqui de “elo perdido” – para reconquistar a qualidade de vida. Passamos a almejar uma infância com valores diferentes dos que tiveram a geração dos anos 70, 80 e 90 anos de idade – cujos efeitos da industrialização de produtos de consumo tem seu impacto danoso observado até hoje na nossa geração – por meio das doenças como diabetes, as cardiovasculares, hipertensão e tantas outras.

A alimentação baseada nos refinados, processados e alto consumo de carboidratos, tem gerado para si a acidificação de seus organismos – por consumirem produtos como refrigerantes, sucos de caixinha e toda sorte de junkie foods – ou seja, alimentos extremamente ácidos que geram – obviamente, acidez no organismo. (veja a tabela de pH dos alimentos)

O pH natural do ser humano está em torno do 7.4 – levemente alcalino. Com o consumo elevado de produtos de pH elevado, o ser humano atinge  4.5 a 5.0 – o que equivale ao índice de um indivíduo com câncer, por exemplo.

Sendo assim, este abuso obsceno proporciona o ambiente acidificado no organismo e, consequentemente, o indivíduo fica mais suscetível à doenças autoimunes e degenerativas, por estar com seu organismo vulnerável.

Vejamos o pâncreas – que por milênios viveu descansando, adormecido em seus baixos índices de insulina. Agora, aproximadamente há cinco décadas, este órgão vem sendo exaurido por um comportamento alimentar nocivo. Quando estamos com o nível alto de insulina, isso acaba se tornando um ciclo vicioso. A insulina alta estimula a fome, o que nos faz comer mais e, assim, acumular gordura na circunferência abdominal.

Em sedentários, especialmente, este acúmulo se transforma em triglicerídeos. Se estamos falando de uma pessoa que consome grande quantidade de farináceos, ingere bebida alcoólica, a chance de se desenvolver a esteatose hepática e até câncer de pâncreas é ampliada.

O indivíduo com insulina alta não consegue mais manter níveis baixos de glicose, por ter possivelmente desenvolvido resistência insulínica e, se não mudar seu comportamento, estará caminhando para o diabetes tipo 2, uma doença antes típica da velhice, que hoje já demonstra acometer grande número de pessoas com 30 – 40 anos de idade. Reflexo de um estilo de vida sedentário e com baixo valor nutricional.

A dieta Paleo trata exatamente do oposto deste hábito nocivo. Ela não estimula a insulina, exatamente por não haver o excesso de consumos, portanto não forma os triglicerídeos.

Um organismo que está num estilo de vida Paleo está em constante oxidação de gordura, por ser sua única fonte de energia, portanto além da condição do organismo saudável e menos propenso ao impacto de doenças,  a pessoa praticante da Paleo terá disposição o dia todo, sem as queixas de sonolência e fadiga causados pelo excesso da ingestão de carboidratos e hiperinsulinemia (excessos de insulina).

Teremos uma pessoa mais saudável e disposta física e mentalmente! 

Referências

The Paleo Diet: What’s the Story?

The Beneficial Effects of a Paleolithic Diet on Type 2 Diabetes and Other Risk Factors for Cardiovascular Disease

Australian Dietary Guidelines

Palaeoanthropology: Hominid revelations from Chad

Origins and evolution of the Western diet: health implications for the 21st century. 

WhatsApp chat