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Câncer de mama: conheça hábitos que previnem e fatores de risco

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04.10_PrevençãoComo o câncer é uma doença multifatorial, seu aparecimento pode se dar por fatores ligados a hereditariedade, genética e ligados ao meio externo – desencadeados por hábitos de vida.

Abaixo conheça algumas medidas simples que estão ao alcance de todos conforme inclusive recomenda a American Cancer Society. Sim, a academia recomenda tudo aquilo que sempre falamos como pilares de um organismo saudável e pronto para entrar no combate à doenças como câncer :

* Evitar o excesso de peso
* Adoção de uma dieta alimentar equilibrada
* Praticar exercícios físicos
* Evitar a ingestão de álcool, mesmo em quantidade moderada
* Evitar a exposição a radiações ionizantes em idade inferior aos 35 anos
* Exposições ambientais, como chumbo e amianto
* Faça o autoexame das mamas (autocuidado) mensalmente

Outros fatores – agora quero destacar aqui alguns pontos importantes considerados fatores de risco, mas ainda abordados com menos “potência” do que merecem.

Mamas densas: mulheres com mamas densas também têm um risco aumentado de câncer de mama em relação as mulheres com mamas menos densas. Uma série de fatores pode afetar a densidade da mama, como idade, estado menopausal, uso de medicamentos, gravidez tardia e genética.

Pílulas anticoncepcionais: Sem dúvida, o uso de pílulas anticoncepcionais está no topo, pois elas aumentam demais este risco. São bombas de hormônios sintéticos e trazem sim muitos riscos à saúde. Pensem comigo: se comida industrializada/ sintética já traz inúmeros riscos, imaginem os hormônios sintéticos sendo usados sem nenhuma necessidade?

Embora com o passar do tempo, as doses de estrogênio tenham diminuído na composição deste medicamento, os riscos não. Entre os principais efeitos negativos podemos citar a redução da libido – devido a baixa da testosterona, aumento de peso, celulite e flacidez, pressão arterial, risco de câncer e coágulos que podem levar a doenças degenerativas, AVC (Acidente Vascular Cerebral), risco de osteoporose e até a morte.

Conforme publicado no portal do National Cancer Institute dos Estados Unidos (NIH – o equivalente ao INCa no Brasil) em 1996 uma análise de dados epidemiológicos de mais de 50 estudos em todo o mundo realizada para avaliar o impacto de fatores hormonais no câncer de mama descobriu que mulheres que eram usuários ou recentes de pílulas anticoncepcionais tinham um risco ligeiramente maior de desenvolver câncer de mama do que as mulheres que nunca tinham usado a pílula. O risco foi maior para as mulheres que começaram a usar contraceptivos orais na adolescência. No entanto, 10 ou mais anos depois que as mulheres pararam de usar contraceptivos orais, o risco de desenvolver a doença havia retornado para o mesmo nível, como se nunca tivesse usado pílulas anticoncepcionais, independentemente da história familiar de câncer de mama, história reprodutiva, área geográfica de residência, origem étnica. Além disso, os casos diagnosticados em mulheres que pararam de usar contraceptivos orais por 10 ou mais anos eram menos avançados do que aqueles em mulheres que nunca tinham usado contraceptivos orais.

Disruptores endócrinos: os disruptores são uma gama de substâncias químicas que interferem no sistema hormonal, alterando a forma natural de comunicação do sistema endócrino, causando distúrbios em nossa saúde. Estas substâncias atuam em nosso organismo por meio de imitação dos hormônios naturais (como o estrógeno), e dessa forma, ocorre um bloqueio da ação hormonal natural e uma alteração dos níveis de hormônios endógenos. Nosso organismo é capaz de eliminar os estrógenos naturais por já estarmos adaptados a eles, mas muitos dos compostos artificiais resistem aos processos de excreção e se acumulam no organismo, submetendo humanos e animais a uma contaminação de baixo nível, mas de longa duração. Essa forma de exposição crônica por substâncias hormonais sintéticas não tem precedentes em nossa história evolutiva. Não se sabe qual a quantidade necessária dessas substâncias para causar danos à saúde humana. Entretanto, estudos apontam que quantidades ínfimas já teriam a capacidade de serem perigosas. Ao longo dos últimos 10 anos, tem sido estabelecido que os disruptores endócrinos podem interagir e produzir efeitos aditivos, mesmo quando combinados em baixas doses, as quais individualmente não produziriam efeitos observáveis.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) há indícios de que a exposição aos disruptores ao longo do tempo aumentaram algumas doenças reprodutivas e endócrinas, como é o caso do câncer de mama, de próstata, endometriose, infertilidade, diabetes e obesidade. Portanto, é importante ficar atento a isto.

Se há o contato contínuo com substâncias como o Bisfenol-A, parabenos (veja mais também no item abaixo desodorantes com alumínio), chumbo, triclosan, benzeno, etc., é de interesse de todos evitar isto, justamente porque a ação contínua destes metais em nosso corpo acidificam o nosso organismo.

Todos estes disruptores endócrinos que, ficando por décadas em nosso corpo, geram acidificação em nosso meio e, por consequência, deixam o ambiente propício para o aparecimento de câncer. Um Ph ácido associado com uma dieta ácida (da qual já falei antes: refrigerantes, açúcar em excesso, industrializados e etc.) é o combo ideal para que uma doença surja, como é o caso do câncer. Ele não aparece em ambientes alcalinos, portanto, se pensarmos que é um processo multifatorial, temos que levar em consideração que o câncer é uma doença que necessita de atenção quanto ao nosso meio – tanto externo, quanto interno. Veja tabela de Ph de alimentos

Desodorantes com alumínioa maior parte dos desodorantes do mercado contem os compostos de cloreto de alumínio – os agentes antitranspirantes mais eficazes que existem no mercado hoje. Outros ingredientes ativos incluem parabenos e hidroxitolueno butilado (BHT), que agem como conservantes, fragrâncias de mascaramento, óleos emolientes hidratantes, agentes emulsionantes e pó de talco para reduzir o atrito.

Entre os inúmeros estudos epidemiológicos que descrevem os fatores de risco associados ao desenvolvimento de câncer de mama há apontamento para o fato de que o uso de antitranspirante aumenta o risco para câncer de mama. Portanto, deve-se considerar que ainda não há estudos suficientes nem conclusivos que comprovem a associação positiva entre a exposição à parabenos e a presença de danos no DNA que poderiam levar ao câncer. Mas é possível comprovar, entretanto, os efeitos do alumínio ao ser humano. Existem inúmeros estudos que confirmam que a aplicação do alumínio na forma de antitranspirantes pode estar relacionado ao grande aumento da incidência de displasias mamárias e inclusive à detecção do câncer de mama em mulheres cada vez mais jovens, demonstrando inclusive identificação de alumínio em tecidos cancerosos retirados das mamas e é por isto, inclusive, que em países como Europa e EUA, existem uma enxurrada de lançamentos de produtos “aluminum-free”, ou seja, que não contêm alumínio!

Fumo: O fumo pode sim trazer o câncer para a vida da mulher (assim como para o homem). Uma pesquisa norte americana feita por estudiosos da Universidade da Virginia do Oeste em conjunto com pesquisadores da Fundação de Pesquisa HealthPartners, analisaram um grupo de 80 mil mulheres, na faixa etária de 50 a 79 anos que passaram por 40 diferentes centros clínicos nos EUA.

Durante os dez anos de análise, 3.250 casos de câncer de mama invasivos foram identificados nessas mulheres. Os resultados mostraram que, após a menopausa, a mulher fumante tem 16% mais chance de desenvolver câncer de mama, sendo a que a ex-fumante chega a 9% de risco. O perigo se concentra entre as que fumam após os 50 anos ou as que começaram na adolescência, pois o risco de desenvolver esse tipo de tumor continua 20 anos depois de a mulher parar de fumar.

Mutações genéticas hereditárias: Certas mutações hereditárias no DNA podem aumentar o risco de desenvolver certos tipos de câncer e são responsáveis ​​por muitos dos cânceres hereditários. No caso de haver casos na família ou de o tumor se manifestar ainda na juventude o médico especializado (oncologista) deve ser procurado para que seja avaliado de maneira individualizada cada caso.

Nestes casos, ocorre uma mutação herdada nos genes BRCA1 e BRCA2. Mutações em outros genes, embora raras, podem também levar ao câncer de mama hereditário, como, por exemplo, ATM, TP53, CHEK2 (síndrome de Li-Fraumeni), PTEN (doença de Cowden), CDH1, e STK11 (síndrome de Peutz-Jeghers). Mulheres com parentes em primeiro grau (mãe, irmã ou filha) que tiveram a doença têm risco dobrado.

Mas, atenção: GENÉTICA RUIM NÃO É DESCULPA , nunca foi , apenas não se sabia. Por muito tempo sempre se entendeu que seguiríamos a linha genética de nossos antepassados, afinal de contas está ali, escrito no DNA. Na verdade trata-se de códigos que quando estimulados manifestam suas características e doenças.  É esse estímulo, determinado por seu ESTILO DE VIDA, que pode contribuir para ligar ou desligar este potencial genético.

Portanto viver estressado, bebendo e comendo sal, açúcares, farinhas brancas refinadas, alimentos sem fibras nem valor nutricional, sucos de caixinha, refrigerantes e Fast Foods, fumar, fazer uso de pílulas anticoncepcionais desde jovem, ser sedentário, são algumas das atitudes  que podem desencadear doenças que estão em nosso código genético ou ainda pior, que desenvolvamos doenças degenerativas como diabetes e câncer, mesmo sem constar no histórico família. O nosso ESTILO DE VIDA é quem determina nossa saúde, nosso futuro e dos nossos filhos e isso se chama EPIGENÉTICA. Para aprofundar acesse: “Epigenética e nossa herança de genes”

DES: menos conhecido, o uso de uma substância denominada dietilestilbestrol (DES) – muitas mulheres até por volta de 1971 em especial tomaram esta medicação durante a gestação para evitar complicações durante o parto. Entretanto, com o passar dos anos, verificou-se os impactos a longo prazo na saúde destas mulheres, inclusive para os filhos frutos desta gravidez, bem como para o próprio feto.  No estudo “Resultados Adversos de Saúde em Mulheres Expostas ao Dietilestilbestrol no Útero”, publicado no New England Journal (NEJ; 2011) descobriram entre os riscos o câncer de mama.

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